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terça-feira, 7 de julho de 2015

Ronda Cidadã’ será lançado em 15 dias

Mantendo em segredo a metodologia de trabalho, área de atuação inicial, efetivo disponível, viaturas destacadas e o custo operacional mensal, o governador Robinson Faria anunciou ontem (6) o lançamento do programa Ronda Cidadã para a penúltima semana deste mês de julho. Ao longo da tarde de ontem, a titular e o adjunto da Secretaria de Estado da Segurança Pública e Defesa Social, Kalina Leite e Caio César Marques Bezerra, respectivamente, estiveram reunidos com o comandante-geral da Polícia Militar, Ângelo Mário de Azevedo Dantas, para “os últimos ajustes no projeto”. Nenhum deles detalhou, porém, como a Ronda Cidadã será operacionalizada, o que deverá ser feito pelo governador Robinson Faria numa cerimônia ainda sem data marcada.

Programa trará para as ruas uma modalidade diferenciada de atuação, mas ACS levanta problemas como o déficit de efetivo da PM
Ao longo do dia de ontem, a TRIBUNA DO NORTE tentou antecipar informações quanto ao programa, uma das principais bandeiras de campanha do atual governador. Ao final da reunião, o secretário da Sesed adjunto, Caio César Marques Bezerra, comentou que as ideias relativas à Ronda Cidadã começaram a ser discutidas antes mesmo da posse do governador, em janeiro passado. “É um programa de policiamento comunitário, com enfoque proativo e reativo. O proativo é aquele que previne, com mais policiais nas ruas, a prática de crimes. O reativo é aquele que atende ao chamado, a polícia que vai ao local”, disse Caio César Marques Bezerra em relação ao Ronda Cidadã.Evitando comentar em qual programa o Governo do Estado se inspirou para criar a Ronda Cidadã potiguar, o secretário ajunto da Sesed enfatizou que o trabalho realizado pela Secretaria na identificação das 'manchas criminais' e definição das Áreas Integradas de Segurança Pública (AISPs), balizaram o programa Ronda Cidadã. Caio César Marques Bezerra refutou a divisão da Polícia Militar potiguar, assim como ocorreu no Estado do Ceará a partir da criação da Ronda do Quarteirão, em 2007, que custou aproximadamente R$ 40 milhões em compras de viaturas novas (foram usadas caminhonetes modelo Hilux), fardamento diferenciado e cursos específicos para os militares que atuariam na Ronda do Quarteirão. “A ideia é manter o atual padrão. A Ronda Cidadã é apenas uma modalidade diferenciada de atuação. Não é uma nova polícia ou divisão da que existe”, enfatizou.

Questionado quanto aos problemas relativos ao efetivo da Polícia Militar, cujo deficit é de 35% segundo a própria Sesed, o secretário adjunto acredita que os militares que serão devolvidos à Secretaria pelos demais órgãos que compõem a Governança Estadual irão ajudar na composição das escalas da Ronda Cidadã. Além disso, o pagamento de diárias operacionais não está descartado para atrair policiais militares em folga e viabilizar o programa. “Foi publicado decreto solicitando devolução de efetivo e esse efetivo irá nos ajudar. Há a possibilidade de implementação do pagamento de diárias operacionais, autorizadas pelo governador”, asseverou. Não foi informado, contudo, quanto o Executivo Estadual dispõe ou pretende gastar com o pagamento dessas diárias, tampouco a fonte de recursos que irá financiá-las.

Sem informar por qual bairro ou região o programa Ronda Cidadã seria iniciado, o secretário adjunto da Sesed comentou que será um “programa muito grande” e que “será expandido, até o fim do ano, para todo o Rio Grande do Norte”. Não disse, porém, de que forma essa expansão ocorrerá e como o efetivo, viaturas, armamentos serão disponibilizados. Sobre a possibilidade de utilização dos homens que aguardam convocação do Governo do Estado para iniciar o Curso de Formação de Praças da Polícia Militar, cujo processo está sub júdice, ele disse: “todo efetivo será bem vindo”.

Associação não vê estrutura para iniciar programa
O presidente da Associação dos Cabos e Soldados da Polícia Militar do Rio Grande do Norte (ACS/PMRN), Roberto Campos, vê a criação da Ronda Cidadã com preocupação. “Nós não estamos sabendo de quase nada sobre esse programa e isso me preocupa. Eu não estou vendo estrutura para iniciar”, destacou. Além disso, ele confirmou que o Comando Geral não organizou nenhum curso específico para o efetivo que irá atuar na Ronda Cidadã, cuja abordagem ao cidadão, em tese, é diferente daquele usada no policiamento ostensivo.

O presidente da ACS/PMRN comentou, ainda, que a Polícia Militar do Rio Grande do Norte perdeu a identidade visual ao longo dos anos, a cada assunção de novo governante, e efetuar um trabalho de segurança diferenciado requer mudanças até mesmo na identificação das viaturas. “Nem mais as bases policiais tem uma cor definida. Ao invés de criarem Programas de Governo, deveriam pensar a criação de Programas de Estado, que se perpetuassem independente de que fosse o governador”, comentou Roberto Campos.

Citando tentativas semelhantes ao Ronda Cidadã do governador Robinson Faria, o representante dos Cabos e Soldados listou que os ex-governadores Garibaldi Alves Filho e Wilma de Faria lançaram, respectivamente, a Polícia Comunitária e a Polícia de Bairro, que sucumbiram diante da falta de estrutura de trabalho. “Faltavam viaturas, faltavam homens. Criaram programas sem estruturá-los. Eu espero que este Ronda Cidadã não seja mais um ato político”, argumentou Roberto Campos.

Ele antecipou que, nos moldes atuais, não adiantaria o Governo do Estado investir na comprar de viaturas quando não há soldados para ocupá-las. “Há muita propaganda. Mas e a estrutura, cadê? Efetivo, eu sei que não tem. Diminui a cada dia, na verdade”, complementou o presidente.

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