Uma mensagem para mamãe Auta.
Em um dos muitos artigos que escrevi na vida, chamei mamãe de Mulher Nordestina. Dona de olhos cujo o brilho era a frente de seu tempo, cujo cuidado não encontrei mão similar durante todo o tempo. Seus conselhos eram como clarão que iluminam para sempre a escuridão. Hoje, encontro-me escrevendo estas palavras tendo-a como guia para dizer que passe o tempo que passar a saudade continuará latejando no peito. Porque amor como o seu, mamãe, eu jamais pude encontrar igual.
Quer seja sentada na calçada de sua Boa Hora, quer seja de cabeça na janela do casarão de Santa Cruz, era com o mesmo brilho no olhar e com o mesmo sentimento vívido de reencontro que mamãe esperava os filhos para um abraço, e assim enchê-los de cuidado. As palavras de dona Auta ainda sussurram em meu ouvido e sua imagem se faz presente nos dias em que em sonho com ela. O seu afeto é o mesmo, bem como meu amor que nunca moveu-se desamor.
Este é o curso da vida. É natural que filhos vejam o desencarne de seus pais, mas compreender este mistério não é fácil. Porque quando a mãe da gente se vai, é como se um pedaço significativo também se fosse. A lembrança dos sorrisos e dos momentos, passa a nos acompanhar como sombra. Mamãe vive em mim, vive em Boa Hora… Eu tenho certeza disso, por isso valeu a pena todo o esforço até aqui.
CLEUDIA BEZERRA PACHECO
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