Recordo-me com a precisão do entusiasmo as palavras de mamãe que, ora tão bela, estão vivas no livro O TEMPO COMO TESTEMUNHA: “Peço aos meus filhos que não abandonem a noite do agricultor, a primeira noite de novena para Santa Rita de Cássia, minha protetora, deve ser a mais bonita, a mais admirada e a mais comentada. Deixo este pedido para os meus filhos que devem honrá-lo.” – E pela força dos anos, tenho seguido estas palavras como um mantra profundo e eterno. Como uma oração em rosário inacabado. Como um livro que nunca finda suas páginas.
No último dia 13, com certeza, esteja de onde estiver, mamãe sorria e seus olhos deviam estar marejados pela emoção. Além da consumação de mais um ano exercendo o seu pedido, era o seu primeiro neto que me acompanhava e acenava para o povo representando-a. Glauber, saiba disso, sua avó, com certeza, estava muito feliz.
Mamãe foi uma mulher religiosa contumaz e dedicou-se a igreja como poucos o fizeram. Eu, posso garantir, que enquanto sangue houver em minhas veias e ar passar pelo meu nariz, enchendo os pulmões, eu continuarei zelando, cuidando e preservando a sua história, pois no mês de Santa Rita não lembrar de Auta Pinheiro é como deixar um barco em mar de areia!
CLEUDIA BEZERRA PACHECO
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