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quarta-feira, 5 de março de 2014

A 100 dias da Copa, só 18% das obras de infraestrutura foram entregues


Em janeiro de 2010, o governo federal reuniu representantes das 12 cidades-sedes da Copa do Mundo e assinou a chamada Matriz de Responsabilidades do Mundial - um documento com os investimentos prioritários para o evento.
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Inicialmente, foram listadas obras de mobilidade urbana e estádios. Em julho do mesmo ano, foram incluídos os projetos para reforma e construção de aeroportos e portos. Na época, o investimento estimado para as áreas de infraestrutura - mobilidade urbana, aeroportos e portos - era de R$ 17,7 bilhões e todos os projetos deveriam ficar prontos até dezembro de 2013. A 100 dias da realização da Copa, a realidade se mostra bem diferente do previsto no papel: apenas 18% das obras de infraestrutura foram entregues e o investimento caiu para R$ 14,7 bilhões - corte de R$ 3 bilhões.
Ao longo dos últimos quatro anos, a Matriz passou por diversas alterações nos projetos de infraestrutura. Em 2010, estavam previstas 50 obras de mobilidade urbana, 25 em aeroportos e sete em portos. Desde então, 29 projetos foram excluídos e 28 foram incluídos. Outros 53 projetos passaram por alguma mudança no valor ou na data de entrega. Hoje, são 45 obras na área de mobilidade - sendo 10 referentes a melhorias no entorno dos estádios -, 30 nos aeroportos e seis nos portos.


Do total de 81 projetos de infraestrutura listados atualmente na Matriz, apenas 15 estão concluídos: 11 nos aeroportos, três na área de mobilidade e um porto. Destes, somente quatro foram entregues dentro do prazo previsto. Outro dado alarmante indica que, apesar do corte de R$ 3 bilhões nos investimentos, a maioria dos projetos mantidos no documento desde 2010 teve um aumento nos custos: 36 obras ficaram mais caras, quatro mantiveram o mesmo valor e somente 13 ficaram mais baratas. Ou seja, a diminuição no valor total ocorreu principalmente por conta da exclusão de grandes projetos e não pelo barateamento das obras.
Além das obras da Matriz, os governos locais de algumas cidades-sedes também estão realizando obras independentes de infraestrutura visando o Mundial. No entanto, grande parte destas intervenções também sofre com atrasos e algumas obras entregues apresentam problemas, como é o caso de 11 projetos da cidade de Cuiabá que tiveram erros apontados em um relatório do Conselho Regional de Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea).
Além das obras de infraestrutura, a construção e reforma dos 12 estádios da Copa também sofre com sucessivos atrasos e aumentos nos custos. Apenas duas arenas foram entregues dentro do prazo estabelecido pela Fifa - Mineirão e Castelão, entregues em dezembro de 2012, seis meses antes da Copa das Confederações - e o valor geral subiu 48% em comparação com o que foi previsto em 2010 (de R$ 5,38 bilhões para R$ 8 bilhões).
Até o momento, oito dos 12 estádios foram entregues (66%). A Arena da Amazônia será o nono, com inauguração marcada para o próximo domingo. No entanto, Arena Pantanal, Arena Corinthians e Arena da Baixada só devem ser concluídas entre abril e maio, a poucos dias do início do Mundial.
Além das obras de infraestrutura e dos estádios, a Matriz de Responsabilidades da Copa também prevê os investimentos em segurança (R$ 1,87 bilhão), telecomunicações (R$ 404 milhões), turismo (R$ 180 milhões) e instalações complementares (R$ 208 milhões). O valor da somatória de todas as áreas até o momento é de R$ 25,5 bilhões - sendo que apenas R$ 3,7 bilhões são de recursos exclusivamente privados (14,5%).
Custo total que deve subir nos próximos meses: alguns gastos ainda não foram computados, como no caso das instalações temporárias, que somam por enquanto apenas valores referentes à Copa das Confederações.
 
 
Globo Esporte
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