Foi na terra de Boa Hora que Papai cresceu e morreu. Boa Hora era de sua estima e lhe retribuía cada gota do seu suor derivado do trabalho duro. Foi com este suor de trabalho que educou e formou os filhos – seu maior prazer, sua maior satisfação.
Lá, caído no chão, a terra de Boa Hora, como num gesto maternal ou de velhos amigos que encontram-se, abraçava-lhe enquanto ouvia o último pulsar do seu coração.
Papai faleceu em ano bom de inverno. Tivera as forças revigoradas por ver o açude, símbolo maior do seu abraço, zelo e amor por Boa Hora, cheio. Era 26 de fevereiro de 1968 quando o coração de Severino Bezerra Cavalcanti deixou de bater.
Sobre o lugar do fatídico, mamãe ergueu um cruzeiro. O cruzeiro de Severino, o cruzeiro da última caminhada… para que todos que passassem lembrassem dele com saudades pelo grande agricultor e sonhador que foi. Ainda de pé, o cruzeiro representa a resistência do homem do campo que aconteça o que acontecer nunca deixa de ter fé.
CLEUDIA BEZERRA PACHECO
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