“Será Abderraman!” – Disse papai olhando para mamãe grávida de mais um filho. Era durante as noites que seu Severino colava os ouvidos no rádio e ouvia os programas. De lá, vinha as coisas que ele mais gostava de fazer: obter informações. É notório que o rádio era a principal fonte de informação daqueles tempos… À época era uma paixão nacional.
Ele escolhera este nome dizendo que além de ser bonito era perfeito para ser nome de doutor. Não é que, arguto como papai era, basicamente previu o futuro. Meu irmão tornou-se sim um doutor, porém não fora batizado com este nome como era de sua vontade.
Recusando-se pôr Abderraman como nome de um menino que nascera brasileiro e filho de Nordestinos o padre praticamente arrumou uma confusão com minha avó… Que, para encerrar o assunto disse de súbito: “Então coloque José Pinheiro”. E por José Pinheiro meu irmão foi batizado, mas para nós sempre foi e continuará sendo Abderraman, do jeito que papai queria.
CLEUDIA BEZERRA PACHECO
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