O São João de Dona Auta
Cleudia Bezerra Pacheco
As saudades de mamãe são como o estrelar de fogos num São João sem fim. Passa frio, passa tempo… Mas a chama da minha fogueira há tempos que não se acende. O clarão da luz de presença permanece vivo em minha memória, dela resta-me Boa Hora emoldurada de boas lembranças, como a que conto agora.
As festas juninas de mamãe, lembradas até hoje, era como tudo que ela gostava de fazer: bonitas, bem decoradas e com ampla participação. Num mastro bonito e cheio de flores, a visão da gente se alegrava para ver o hasteamento da bandeira em honra a São João, ficando lá até a festa de São Pedro. Lembro-me da bonita procissão de São João como se estivesse vivendo aquele momento, ao passo que escrevo estas palavras, saindo pela estrada de Boa Hora com seus cânticos e suas rezas. E como não hei de lembrar da grande fogueira, erguida com seus quase 3 metros, à frente da nossa casa em Boa Hora?
As noites de São João em Boa Hora eram lindas. De lá tenho as melhores recordações. Não há como não encher os olhos de lágrimas ao lembrar destes momentos, principalmente porque ficaram marcados em meu coração. Como vive em meu coração a lembrança destes e de outros momentos que vivi com meus pais e fizeram da minha infância, uma infância especial.
Nenhum comentário:
Postar um comentário