Dias desses me lembrei das histórias de mamãe sobre a rabeca de Vovô Ieiê. Imagino hoje suas cordas emitindo sons roucos, a voz de um cantador fazendo par e, deveras, as palavras que sairiam da boca seriam em louvor ao verde que se espalha pelo Rio Grande do Norte, fazendo feliz o homem do campo. Como do campo sempre foram os meus antepassados.
Noutro dia também me recordei da tarde da rabeca que foi quando das mãos de meus familiares maternos passou para as minhas a famosa rabeca de seu Ieiê. Sorrio hoje lembrando das conversas para convencê-los de que o melhor lugar para aquele símbolo de nossa família seria o Museu que eu estava criando em homenagem a mamãe.
Aquela rabeca tem história, seu menino. Imaginem vocês que foi com ela que vovô Ieiê tocou ao lado de Fabião das Queimadas, o maior poeta popular do Rio Grande do Norte, hoje, porém, não tão festejado e lembrado como deveria.
Quando olho para o Museu, revisito lembranças, resignifico a minha vida e sei que deixo o futuro amparado por objetos que nos dizem qual caminho devemos seguir. Certamente o som rouco da rabeca é o som que celebra o momento de fartura que as chuvas nos entregam.
Cleudia Bezerra Pacheco
Aquela rabeca tem história, seu menino. Imaginem vocês que foi com ela que vovô Ieiê tocou ao lado de Fabião das Queimadas, o maior poeta popular do Rio Grande do Norte, hoje, porém, não tão festejado e lembrado como deveria.
Quando olho para o Museu, revisito lembranças, resignifico a minha vida e sei que deixo o futuro amparado por objetos que nos dizem qual caminho devemos seguir. Certamente o som rouco da rabeca é o som que celebra o momento de fartura que as chuvas nos entregam.
Cleudia Bezerra Pacheco
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