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quarta-feira, 18 de agosto de 2021

Um casarão ao sol do futuro



Nunca se ouviu falar tanto em modernidade! Seja na arquitetura ou no campo tecnológico, existe por aí uma maiúscula vontade de se impregnar as coisas de novos e modernos conhecimentos. Mas será que a chamada revolução digital, que poderosamente muda diversos níveis da nossa vida, é uma inimiga do passado e, sendo mais precisa, da memória?

Na esquina da praça Cel. Ezequiel paira solitário um casarão branco. Os filhos desta terra, muitos sem saber de sua história, o encaram com curiosidade pela sua exuberância; já os que nos visitam observam com admiração a sua suntuosidade. Para todos, também para mim, um profundo sentimento de incertezas e receios esvoaça pelas correntes cerebrais e sentimentais: Terá este casarão o mesmo destino de outros, também históricos, que a mão medonha do homem moderno fez sucumbir?

O casarão de Auta Pinheiro e Severino Bezerra (mamãe e papai) é uma prova material dos tempos algodoeiros de Santa Cruz; É uma evidência profunda de que as mãos honestas do trabalho podem constituir prosperidade e legar para todos uma história honrosa e digna.

A memória é um conceito fortíssimo na minha vida. A memória é fundamental para que uma pessoa, um grupo social ou a massa de um país inteiro consiga ter uma base para poder existir e formar, sobre forte alicerce, a sua identidade. Seria uma perda lastimável que a cultura de Santa Cruz e que a nossa identidade perdesse tal importante monumento histórico.

Aos que apregoam modernidade acima de tudo, eu vos digo, com a pouca sabedoria que a idade me permite ter: As mudas, modernidade e memória, podem e devem coexistir. Uma não deve se separar da outra.

Aos meus irmãos Santacruzences eu clamo: Que todos nós possamos entrar numa grande corrente em favor da preservação da cultura e da memória, só assim construiremos uma base forte para erguermos as paredes do futuro. Que o poder público possa tombar o casarão de Auta Pinheiro! Que o poder público possa defender-nos de lastimável situação de ser um povo sem memória.

Cleudia Bezerra


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