O Brasil registrou nesta sexta-feira, 3, em coletiva de imprensa do Ministério da Saúde, 9.056 casos confirmados da covid-19, transmitida pelo novo coronavírus. Foram 1.146 novas confirmações nas últimas 24 horas. As mortes pela doença subiram de 299 para 359. A taxa de letalidade está em 4%.
O Estado de São Paulo segue sendo o mais afetado pela doença, com 4.048 casos confirmados e 219 óbitos. Em seguida, vêm Rio de Janeiro (1.074 casos, 47 óbitos), Ceará (627 casos, 22 óbitos), Minas Gerais (397 casos, 6 óbitos) e Distrito Federal (402 casos, 5 óbitos). A região sudeste é a que concentra o maior número de casos: 5.658, o equivalente a 62,5% do total. No Mundo, a doença já passou da marca de 1 milhão de infectados, com mais de 50 mil mortos. Uma das principais preocupações das autoridades é em relação aos sistemas de saúde, que passam a ficar sobrecarregados. Nos EUA, que registaram ontem 25 mil novos casos confirmados da doença, o modelo estatístico que tem sido usado pela Casa Branca indica que, no pico da doença, um terço dos americanos que precisarão de internação não terão lugar nos hospitais. Com isso, os médicos americanos se aproximam do mesmo dilema já enfrentado por italianos e espanhóis: decidir quem será ou não atendido.
No Brasil, embora o pico da pandemia ainda não tenha sido alcançado, os sistemas de saúde público e privado já enfrentam sobrecarga por causa do aumento do número de internações e registram até 38% de seus leitos ocupados por pacientes com infecção suspeita ou confirmada da doença.
Para diminuir a velocidade da disseminação da epidemia no país, oMinistério da Saúde orienta que a populaçao siga medidas de isolamento social, o que também é recomendado por especialistas e autoridades internacionais de saúde, como a Organização Mundial da Saúde (OMS). Na contramão da pasta, o presidenteJair Bolsonaro defende flexibilizar medidas como fechamento de escolas e do comércio para mitigar os efeitos na economia do país, permitindo que jovens voltem ao trabalho.
Após dias contrariando publicamente as orientações do ministro da Saúde, Bolsonaro expôs na quinta-feira,2, seu incômodo com o ministro. Bolsonaro disse que falta “humildade” a Mandetta e, embora tenha dito que não pretende dispensá-lo “no meio da guerra”, ressaltou que ninguém é “indemissível” em seu governo.
As declarações do presidente Jair Bolsonaro não surpreenderam a equipe da pasta. Segundo auxiliares do ministro ouvidos pelo Estado, a leitura é de que o presidente tenta se afastar de responsabilidades na crise envolvendo a pandemia do coronavírus para jogar no colo de Mandetta e dos governadores os efeitos negativos na economia. A ordem interna é não rebater e seguir o trabalho de combate à covid-19, a exemplo do que tem feito o próprio ministro.
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