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sábado, 9 de março de 2013

O mendigo natalense nas calçadas do Rio



Deu em O Globo

Os braços musculosos, o corpo com um bronzeado típico de garoto de praia, o visual despojado e as madeixas arrumadas chamam a atenção de quem anda pela Avenida Ataulfo de Paiva ou pela Rua Rita Ludolf, no Leblon.

É mesmo um cara bonitão, mas com um grave problema: não tem onde dormir.

Afinal, quem é esse morador de rua, cuja beleza acaba atraindo olhares, principalmente das mais jovens, conforme ele mesmo diz?

— Ele está aqui todos os dias. Dorme nos bancos. Durante as manhãs e as tardes, conversa com várias pessoas por horas. Geralmente, fica sossegado, mas, às vezes, grita e fala sozinho. Quando chegamos para trabalhar, ele fica nos observando enquanto colocamos mesas e cadeiras na calçada e se oferece para ajudar.

PUPLICIDADE


Mas nunca nos pediu comida — conta uma atendentes do Cafeína, que fica na esquina da Ataulfo de Paiva com a Rita Ludolf.

Carlos Ricardo da Nóbrega Júnior diz ter 21 anos e revela que chegou de Natal (RN) há nove meses. Já passou por vários bairros do Rio, porém, desde setembro, adotou o Leblon como seu novo “lar”.

— Aqui é o centro do mundo, onde tudo acontece — afirma, cheio de convicção.

Vestindo canga preta florida e uma blusa frente única, Nóbrega esbanja estilo e já foi fotografado por uma jovem, que, segundo ele, ficou encantada com seu visual.

Muitas das peças que usa são doadas por “fãs” de Ipanema e do Leblon, como o relógio branco Puma e uma pulseira de prata no formato de uma serpente:

— Eu saí da minha cidade porque queria uma oportunidade de trabalho na área artística. Passei por Pernambuco e pela Bahia até decidir vir ao Rio para conseguir um papel. Tenho interesse em dança contemporânea. A forma como me visto chama a atenção das pessoas porque uso roupas de mulheres. É uma forma de homenageá-las, não sou gay. Pelo contrário, eu flerto com muitas moças que passam por aqui. As cariocas têm uma beleza diferente. Elas são mais autênticas e têm corpos lindos.

Além de ir à praia, local que escolheu para passar o Natal e o réveillon, Nóbrega Júnior também costuma ler.

Não citou autores, mas declamou um poema de própria autoria.

O “mendigo gato” não tem intenção de voltar para sua cidade, mas pretende sair das ruas assim que conseguir um emprego.

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