Foto: Antônio Augusto / Patos Hoje/Divulgação
A dona de
casa Regimar Linhares da Silva, 35 anos, viveu uma situação no mínimo curiosa
quando foi oficializar seu casamento, com o pai de seus seis filhos, com quem
vive há 16 anos, em um cartório na cidade de Patos de Minas, interior de Minas
Gerais. No local, ela foi informada pelos funcionários, que não poderia se
casar com uma pessoa do mesmo sexo. A confusão ocorreu, porque, Regimar teria
sido registrada como homem, de acordo com a certidão de nascimento, registrada
em Anápolis (GO).
Ela conta
que descobriu o erro na certidão em 1995, quando tentou se casar pela primeira vez
com o marido. Na época, Regimar tinha 19 anos e desistiu de regularizar a
situação. "Eu desisti por que pedia muita coisa, muito documento, era
muita burocracia para provar que eu era mulher", disse.
Contudo com o
passar dos anos, os filhos começaram a pressionar para que fosse regularizada a
união entre os pais. Segundo a dona de casa, houve muito constrangimento por causa de seu nome
masculino. "Meus filhos sofrem muitas brincadeiras. Falam que eles tem
dois pais. Perguntam, quem é o homem da casa...", confessou em tom de
brincadeira.
Decidida a mudar a situação, dona Regimar disse
que já organizou todos os documentos necessários como, por exemplo, foto de
quando estava grávida, certidão
de
nascimento dos filhos, testemunhas, exame médico com ginecologista, prontuário
médico do pré-natal para provar seu verdadeiro sexo e confessou que já estava
passando da hora de se casar. "Tenho que dar o exemplo para meus filhos,
que já estão grandes", disse.
A dona de
casa disse ainda que pretende entrar na Justiça também para mudar o nome da
certidão de nascimento. "Vou acrescentar um 'a' - Regimara - para acabar
de vez com esse problema", contou. Mas o sonho de se casar, deve ser
adiado por mais tempo. De acordo com o advogado da família, Alexandre Máximo, a
retificação de registro civil que será entregue à Justiça na próxima
sexta-feira, costuma demorar de seis meses a um ano para ser deferida.
Rose Mary de Souza
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