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Santa Cruz recebeu neste final de semana técnicos da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SEMARH), Corpo de Bombeiros e do Instituto de Gestão das Águas (IGARN) para vistoriar os açudes existentes no leito do Rio Trairi.
As vistorias foram solicitadas pela Defesa Civil de Santa Cruz para verificar a segurança dos açudes com o grande volume de água que eles tem recebido este ano.
Foram vistoriados o Açude Mãe D’água em Campo Redondo e o Açude Boa Hora, na zona rural de Santa Cruz.
Segundo os órgãos envolvidos nas vistorias, os dois açudes estão em bom estado de conservação, sem riscos iminentes de colapsar, e fluindo bem o volume de água que tem recebido.
O Açude Santa Cruz, ou Açude do DNOCS, não foi vistoriado detalhadamente, mas foi solicitada uma vistoria do DNOCS, responsável pelo açude. No ano passado já foi feita uma vistoria que atestou a segurança deste reservatório de água.
Mesmo com os grandes açudes seguros, a preocupação das autoridades é com os pequenos açudes e barreiros particulares, que podem colapsar.
Um desses pequenos açudes na zona rural de Campo Redondo colapsou na quinta-feira (11) à noite, o que aumentou significativamente o volume de água no leito do rio Trairi.
Outros açudes que estavam em maior risco, a Prefeitura de Campo Redondo fez trabalhos para alargar o sangradouro neste final de semana e evitar o colapso dos reservatórios.
Os vistorias vão continuar por parte das Prefeituras para garantir que os pequenos açudes e barreiros tenham cuidados especiais e evitem arrombamentos para que o leito do rio não receba um grande volume de água surpresa neste período do ano.
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Boa Hora sangra. Transborda meu peito de lembranças
Papai era como todo sertanejo. Aguardava a cheia do açude com apreensão e esperança, e festejava a sangria como um menino que recebe presente em dias de aniversário. Para seu Severino, o açude era o coração de Boa Hora e os seus pulmões eram as bênçãos de Deus. O açude cheio representava um ano de fartura e de bom pasto para o gato que ele criava com tanto esmero. Em dias de sangria eu via o sorriso nos olhos de papai, o brilho e o descansar da fé que se transformava em gratidão à Deus e a São José. Em dias de sangria, eu via mamãe rezando o terço com o mesmo sorriso de papai. Suas preces e súplicas se transformavam em louvores à Deus e a Santa Rita pela intercessão.
Hoje, os tempos são outros. Não posso estar em Boa Hora e sei da cheia do açude e de sua sangria por meio de vídeos e fotos. Ligações que me chegam dão conta da alegria do povo sertanejo. Quando desligo o telefone, fecho os olhos e imagino Seu Severino e Dona Auta lá de cima felizes e com os mesmos olhos brilhando. Ele orgulhoso de ver o açude que construiu com o próprio suor, esforço e a ajuda de muitos trabalhadores, e ela ainda enxugando o suor do rosto de papai com aquela toalha de sempre. Ela orgulhosa por ver o povo de Boa Hora feliz…
Acalmo a saudade assim, pensando neles e sabendo que lá de cima Seu Severino e Dona Auta continuam intercedendo a São José, a Santa Rita e a Nossa Senhora do Rosário para que Deus abençõe Boa Hora.
CLEUDIA BEZERRA PACHECO
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