Ou melhor, lembro sempre. Porque esquecer, não se lembrar mais, é abandonar, é substituir, é ser passageiro. E tudo de você ainda vive em mim, como a água de um rio que nunca para de correr ou como as lendas que contam-nos enquanto crianças que nunca saem da nossa memória. Porque somos seres criados para nos adaptar sob as circunstâncias impostas, mas como se adaptar ao fato de não te ter mais por aqui? Como superar que não posso mais contar com o esteio dos meus sonhos, o parceiro das aventuras e o desbravador das trilhas do Parque da Borborema? Este que contou com a efervescência das minhas ideias, mas fora concebido sob a batuta da sua égide, com o suor que escoria do seu rosto e sob o olhar de brilhante que você dava ante cada descoberta.
Vivo estás, Elias... Em meu coração e nas trilhas do Parque da Borborema que conhecias como ninguém. E como bom guia que eras, como a alegria de quem revê amigos, com mostrava-o aos alunos, turistas e curiosos. Quantas histórias guardavas em mente, quantas experiências que impressionavam os visitantes... Ah, Elias, dizer que tu fazes falta apenas a mim, é como mentir. No fundo, sinto que permaneces vivo, não só na memória dos que te amavam, mas também repousas tranquilo em Boa Hora, e, certamente, feliz com o Museu e o Parque. Tenho feito o possível, mas não é fácil sem você.
Dizem que o tempo sara tudo. Desconfio que esta é a maior ilusão que já nos contaram e nós, como crianças que chamam de mágica as ilusões de ilusionista, acreditamos. O tempo não sara tudo, porque até hoje não sarou a dor aguda que sinto em não te ter aqui para juntos sonharmos, para juntos discutirmos e para juntos realizarmos.
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