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quarta-feira, 21 de maio de 2025

*DONA AUTA E A FÉ EM SANTA RITA DE SANTA CRUZ*

 

Cresci vendo mamãe ser fiel à fé e a Santa Rita de Cássia. Ela, como tantos devotos da Santa Italiana, viu o impossível se tornar possível por meio da intercessão. Dizia-me que Santa Rita entende da dor do povo por ter passado por tantas aflições e provações. E é por isso que ela abraça-nos com tanta solidariedade e força, elevando ao Senhor Jesus nossos mais lastimosos pedidos. Mamãe ensinou aos filhos o cultivo da fé e o amor à Santa Rita. É nela, que hoje e sempre, me pego e me agarro em exortação.

Ontem, quando assistia a novena de Santa Rita de Santa Cruz, por meio da televisão, dei um sobressalto na ocasião em que estava encantada com a homilia de Frei Jean Alves, pároco de Santa Cruz do Capibaribe. Estava aficionada diante da TV já pela sua eloquência e boquiaberta com a sua memória, narrando fatos e homenageando personalidades. Foi aí que de repente, ele cita aquela que foi tão importante para a difusão da fé e da devoção à Santa Rita em seu tempo: Dona Auta. Minha mãe! Nas palavras do generoso Frei: “Como se esquecer de Dona Auta e seus leilões que tanto tornaram grandiosa esta festa e abriu caminho para a vinda do Santuário”. 

Não contive as lágrimas, nem tampouco tentei fazer isso. Deixei que a emoção viesse e eu fosse tomada pela saudade que nunca cicatriza. Lembrei de mamãe falando dos leilões, da campanha para comprar os novos bancos da igreja, das missões de Frei Damião sobre o monte Carmelo, da vez que ela obrigou Seu Gilson Andrade, prefeito à época, a ter um olhar sensível e compenetrado com o monte Carmelo. Lembro de mamãe no púlpito da matriz pedindo ajudas insistentemente em favor da igreja e da madrinha dos sertões. Mamãe e seus abnegados trabalhos devocionais foram minha grande inspiração para defender a cultura e a preservação do patrimônio histórico. 

Ontem, a lágrima da saudade tinha gosto de comprazimento. Mamãe que tantas vezes lutou por esta festa, que foi responsável pela presença do agricultor nas noites festivas e que tanto amava Santa Rita, fora mencionada e esta lembrança traz o peso do trabalho e da dedicação que ela tanto entregou à Santa das Causas Impossíveis. 

Agradeço emocionalmente ao Frei Jean. Suas palavras me marcaram profundamente. Eu, quero lhe dizer, que sigo como posso mantendo viva a tradição que ela tanto me pediu para nunca quebrar: “A primeira noite de novena precisa sempre ter um representante da família Bezerra. Será a noite do homem do campo, e é lá que a gente tem que estar… porque foi o campo, por intercessão de Santa Rita, que nos deu tantas alegrias. O homem do campo que tanto sofre… é lá, Cleudia, que Santa Rita vai estar. Porque Santa Rita sempre estará ao lado dos que mais precisam!”


CLEUDIA BEZERRA PACHECO

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