É impossível passar um Sete de Setembro e não se lembrar de meu irmão. Manoel da difusora, Manoel eterno diretor do grupo que levava o nome de nosso Pai. Tenho para mim que Manoel amava aquela escola tanto quanto amava os seus familiares. Intuído das coisas da educação aos jovens de nossa comunidade, ele cumpria a missão do que papai sempre nos ensinou "a educação é o maior bem". E Manoel lutava por uma educação rural forte. Talvez fosse seu maior sonho dar às crianças e jovens de Boa Hora, as mesmas possibilidades e condições que uma criança e um jovem da cidade.
E era durante os desfiles de Sete de Setembro que isso se vinha mais forte e a vista de todos. Os seus cartazes que eram empunhados pelos alunos cobravam das autoridades mais respeito ao homem do campo, mais investimentos na zona e rural e mais dignidade para todos. Manoel era um exímio defensor do trabalhador e do agricultor. Preparava os desfiles com a alma, com o coração e cheio de intenção de fazer bem feito.
No dia de hoje eu sinto a presença de Manoel, e quase ouço a sua voz organizando os pelotões ao som da fanfarra que ele também conquistou para o grupo escolar. Seus olhos, antigamente nesta mesma data do ano e por muitos anos, brilhavam por ver os alunos de farda nova. E hoje os meus contemplam as lembranças e se afogam na saudade. Vivo Manoel está no dia de hoje em Santa Cruz, na rua Doutor Pedro Medeiros, passando ante o palco das autoridades e também como sopro envolvido no vento de Boa Hora.
CLEUDIA BEZERRA PACHECO
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