Todas as vezes que me chega aos ouvidos frases sobre as comemorações de São João, eu lembro de minha mãe. Porque minha mãe, religiosa como era, celebrava os santos de Junho com grande festa. Boa Hora era trajada pelas cores das bandeirolas que se movimentavam no vento e pelos ares levavam notícias a toda região dos festejos da Família Bezerra da comunidade de Boa Hora.
Eu, envolvida com este sentimento de recuperar a história de minha mãe fazendo reviver as coisas que ela fazia com tanto esmero, em uma incursão nos laços da minha memória, fiz uma única edição do São João Pedro no Museu. Tentei reaver as terras de Auta e Severino, a alegria típica dos festejos, o brilho da imensa fogueira, o forró até amanhecer o dia, a quadrilha… O prazer de se festejar em família.
Hoje, de trás para diante, enxergo o quanto mamãe era corajosa e forte. O São João Pedro no Museu nasceu em 2014 e não teve outras edições, porque, no fundo, meu senhor, a garra de mamãe era única e singular.
Hoje, da janela desse meu apartamento recordo aquela noite de 2014. Fecho os olhos e sinto a mesma energia como que tocando em mim. Eu sei que era mamãe. Filha sempre reconhece uma mãe.
CLEUDIA BEZERRA PACHECO
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