Quando eu criei o Museu, Iberê Ferreira de Souza, há época o político mais importante da região do Trairi, me disse uma frase que, por mais que o tempo passe, não consigo apagá-la de minha cabeça: “Cleudia, a vida não pode ser só para sonhar. É preciso sonhar e realizar, como você faz aqui hoje”. A inauguração do Museu Rural Auta Pinheiro Bezerra, primeiro do RN, foi um marco histórico. Por mais que ele tenha surgido para contar a história da minha família, performático, ele se transformou num panteão do tempo que guarda as memórias que ajudam a contar a história algodoeira e da vida da nossa região.
E no último sábado foi dia de reafirmar a vocação do Museu para a grandiosidade, quando ele recebe o represente maior da cultura do nosso estado, o eterno poeta Crispiniano Neto, digo eterno porque o próprio Vinícius de Morais, mesmo tendo feito muitas coisas na vida, dizia que tudo só era possível graças ao fato de ele ter nascido poeta. Seguramente este também o caso de Crispiniano, gestor, conhecedor de cultura como ninguém, mas eterno poeta.
Sua visita, entrando no Museu em uma charrete, representa muito para mim e para toda a região. Esta imagem é como que o reconhecimento pelos anos de trabalho, pela dedicação irrestrita e pela abdicação em prol do sonho. Sua visita traz novos ares, afaga o peito e deixa o meu coração na expectativa pelo melhor que, tenho certeza, ainda está por vir.
A Crispiniano e sua comitiva de conhecedores da cultura, minha eterna gratidão. O Museu continuará de pé fazendo aquilo que é o seu verdadeiro papel: dando norte as futuras gerações, sendo o segundo ponto de turismo mais visitado de Santa Cruz e sendo guardião da história da nossa gente.
Cleudia Bezerra Pacheco
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