Ao passo da aposentadoria, quando eu contei aos meus amigos e até familiares de que iria erguer um
museu sobre o berço de nascimento de minha família houve estranheza, desconfiança e pouco crédito. Como sou filha de Severino Bezerra e Auta Pinheiro, encarnações, ao meu ver, das palavras coragem e ousadia, arrastei para cima as mangas e não contava as gotas de suor para ver o Museu, que era o meu sonho, ganhar corpo e reforma, servindo para rememorar as histórias revisitando o passado.
Parece brincadeira, mas estes sentimentos me acompanham sempre que conto as minhas ideias ou sonhos para Boa Hora. Tenho a leve impressão que meus olhos para a cultura e a preservação não são normais, e que chato seria se fosse. Pois bem, quando disse que, além do museu, já criado, inaugurado e um sucesso, eu disse que também faria um parque de turismo de aventura que fosse uma ode a preservação do meio ambiente.
Não contei conversa ou dei ouvido a negatividade que logravam. Mangas arregaçadas novamente, poeira sobrando no rosto e se misturando ao suor, rasgamos as trilhas, descobrimos as árvores de preservação na caatinga e transformamos as serras de Boa Hora em parque de preservação.
Hoje Boa Hora é mais que uma fazenda, é um ponto importante para o RN, quer seja pela cultura, quer seja pelo meio ambiente. Portanto, o coração de Boa Hora, a terra de meus antepassados, é preservação na veia e na essência, fazendo retumbar a identidade do povo do Trairi.
CLEUDIA BEZERRA PACHECO
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