Levantamento da Associação Médica Brasileira (AMB) apontou que mais de 1/3 dos médicos vê algum tipo de eficácia no dito “tratamento precoce” para infectados da covid-19. Segundo a pesquisa, feita com 3.882 profissionais em formato online, 34,7% fazem essa avaliação para a cloroquina e 41,4% para a ivermectina. O uso desses dois remédios tem sido defendido pelo presidente Jair Bolsonaro e até distribuídos em algumas redes públicas, como as de Porto Alegre e do Amazonas. Para a entidade, a falta de consenso sobre o tema causa confusões.
Presidente da Associação Paulista de Medicina (APM), José Luiz Gomes do Amaral diz que a polarização interfere. “Certas doenças evoluem bem com tratamento, sem tratamento e apesar do tratamento. O que não se pode deixar prevalecer é um clima de torcida de futebol. Que as nossas lideranças deixem para os técnicos as questões técnicas, que elas sejam respeitadas e não, via polarização, tentar desacreditar o que a ciência busca confirmar ou orientar.” Sobre a vacina, 97,5% afirmaram que não só vão tomar, como vão prescrever para seus pacientes.
A pesquisa foi feita por meio de questionário online e foi respondida por médicos de todas as regiões do País em janeiro – os profissionais de São Paulo responderam entre 18 de dezembro de 2020 e 18 de janeiro. A margem de erro é de um ponto porcentual para mais ou para menos. Entre os mais de 3 mil médicos que participaram, 54% atuam na linha de frente de combate ao vírus em instituições públicas e privadas.
Com acréscimo de informações do Estadão
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