Na semana passada fomos surpreendidos com os noticiários do país inteiro sobre a tragédia que aconteceu com um dos mais importantes monumentos sagrados e históricos do nosso país: A igreja de São Francisco em Salvador na Bahia.
Visitei o templo sagrado dos Franciscanos quando ainda era professora da UFRN, eu e meus alunos ficamos encantados com a riqueza de detalhes e a beleza infında que sustenta a fé e a história naquele ambiente. Milhares de fiéis, curiosos e turistas visitavam a igreja anualmente, inclusive, no momento havia turistas e guias no ambiente. Fiquei desolada com as imagens da destruição. Para mim, eram mais que escombros, eram os destroços da criação da arte, da fé e da identidade vitimados pela incompetência do poder em preservar aquilo que compõem a nossa existência: A cultura! Prédios não são a essência do que somos, mas são a edificação daquilo que não podemos esquecer que já fomos um dia.
Não tenho como deixar de pensar e me indagar sobre quantos prédios a mais terão de ir para o chão para que as autoridades competentes sejam habilidosas no cumprimento daquilo que lhes é de dever. Quantas mais identidades do povo Brasileiro se tornarão escombros para que o patrimônio histórico seja, efetivamente, preservado e nele sejam investidos recursos capazes de evitar uma tragédia como essa? Afinal, que tragédia não é anunciada?
Também uso o momento para continuar sendo a voz que clama pela preservação do patrimônio histórico e cultural de Santa Cruz, minha cidade. Que as autoridades
entendam a necessidade e a urgência de manter vivo e de pé aquilo que hoje continua a representar a nossa história. Por fim, que possamos usar a dor dos irmãos Baianos como combustível para travar a luta pela
preservação... que também é uma questão de
sobrevivência!
CLEUDIA BEZERRA PACHECO
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