
A proposta defendida por Hummes, que hoje é presidente da Comissão Episcopal da Amazônia, órgão da CNBB, é a de que homens atuantes em suas comunidades possam assumir a direção de uma paróquia e administrar sacramentos, sendo liberados do celibato. A opção é chamada no meio católico como viri probati (homens provados) e o tema provavelmente estará na pauta do recém anunciado Sínodo Pan-Amazônico, convocado para 2019, e que deve reunir bispos dos países da região amazônica.
A notícia de Il Mensaggero confirma a tendência revelada pelo próprio Francisco em março desse ano, quando disse em entrevista ao jornal alemão Die Zeit que era preciso “refletir se os viri probati são uma possibilidade”. Na ocasião, o papa justificou que “a Igreja precisa sempre reconhecer o momento certo em que o Espírito Santo pede algo”. Apesar disso, o pontífice também afirmou que tornar o celibato opcional “não é uma solução”, mas a questão da falta de padres deve ser afrontada “sem medo”.
Em 2014, dom Erwin Kräutler, bispo emérito da Prelazia do Xingu, no Pará, disse que havia conversado em privado com Francisco sobre a ordenação de viri probati e que o papa lhe teria dito que as conferências episcopais deveriam fazer propostas concretas a esse respeito. Na Prelazia do Xingu, que tem 354 mil km² – quase o tamanho da Alemanha – e 700 mil fiéis distribuídos em 800 comunidades, há apenas 27 sacerdotes. No Brasil há mais de 70 mil comunidades que, por falta de padres, não têm missa todos os domingos.
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