
Um batalhão de fotógrafos cercou as adeptas ao topless coletivo na praia de Ipanema, na zona sul do Rio.
Teve mais repercussão do que adesão o protesto em favor do topless
realizado na manhã deste sábado (21) na praia de Ipanema, na zona sul do
Rio. Menos de dez mulheres aderiram ao movimento, sendo imediatamente cercadas, cada uma, por dezenas de repórteres e curiosos.
Uma das adeptas, a estudante Carolina Jovino, de 19 anos, disse ter
ficado com medo da reação de alguns homens. Enquanto apoiadores gritavam
"sem moralismo", vendedores ambulantes e curiosos faziam comentários
machistas e piadas de baixo calão. Outros incitavam, entre piadas de
incentivo e comentários agressivos, que outras mulheres, inclusive
repórteres, deveriam também tirar a roupa. Até guardas municipais
estavam cantando mulheres.
Toda a imprensa internacional da cidade, com mais de 100 repórteres,
fotógrafos e cinegrafistas acompanhou o movimento, com frustração.
Com a prótese de silicone desnuda e purpurinada, Ana Paula Nogueira, de
34 anos, disse esperar que aos poucos o topless se torne mais natural. A
cineasta disse que costuma fazer topless normalmente no exterior, como
em Cuba ou na França.
— Se ninguém fizer, não vai melhorar.
Destaque do movimento foi a pensionista Olga Solon, de 73 anos, que
soube do protesto pela mídia e resolveu apoiar. Olga posou para fotos
sem blusa acompanhada pelo marido francês, mas logo colocou a roupa. Os
dois moram há quatro anos no Arquipélago de Açores, em Portugal, e estão
na cidade para as festas de fim de ano. Olga disse estar acostumada com
o topless na Europa.
— Só acho que as minhas filhas [de 51 e 53 anos] não vão gostar muito
quando virem as fotos. Elas são um pouquinho conservadoras.
O suposto protesto também teve a adesão de homens, que pintaram os
corpos. Rennan Carmo, de 18 anos, pegou o biquíni da mãe e, junto com um
amigo, vestiu a parte de cima.
— Na nossa sociedade atual topless não é normal, como a gente esta vendo aqui.
O evento teve mais de 8 mil adesões em página criada no Facebook
convocando ao protesto, no primeiro dia do verão, que começa
oficialmente hoje às 15h11. O movimento foi criado em reação a um
episódio ocorrido no Arpoador, onde guardas repreenderam a atriz
Cristina Flores por posar sem blusa para um catálogo de uma peça de
teatro e foi obrigada a vestir a blusa.
Fonte: R7
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