'Queremos negociar', diz diretor sobre vandalismo em banheiros da UFRN

Paredes, pias e vasos sanitários do Setor II foram pichados na quinta (15).
Investigação vai apurar se houve depredação do patrimônio público.

Fotos da ocupação do banheiro do Setor II da UFRN foram divulgadas na internet

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“Nós queremos negociar até onde for possível, evitar qualquer ato de autoritarismo. Mas, até agora, não recebemos nenhum reivindicação dos estudantes”. As palavras são do professor Herculano Campos, que é diretor do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes (CCHLA) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Elas fazem referência ao ato de estudantes que picharam banheiros do Setor de Aulas II do Campus, em Natal, durante um protesto realizado na última quinta-feira (15). Imagens que mostram pessoas mascaradas seminuas e muitos palavrões foram divulgadas em um blog chamado 'afetadxs'. De acordo com o diretor, uma investigação vai apurar se houve  depredação do patrimônio público.

O professor informou que a ação não prejudicou as atividades programadas no setor de aulas. “Inclusive, durante o fim de semana, houve a aplicação do exame da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) tranquilamente”, afirmou. As aulas realizadas no setor ocorreram normalmente na sexta-feira (16), um dia após o fato, e seguem nesta segunda (19).

O CCHLA espera ser contatado pelos manifestantes para conhecer e negociar a pauta do grupo. “Foi um ato provocatório. Objetivamente, a única ação foi a ocupação com as pichações. Não houve depredação”, apontou. “Iremos negociar até onde for possível para poder atender às solicitações dentro das possibilidades da instituição", acrescentou.

Mesmo assim, a Universidade investigará o caso. “Haverá uma investigação para apurar se houve depredação. “É claro que temos que investigar se teve isso, pois é um patrimônio público”, colocou.

No blog em que as fotos foram divulgadas, é possível encontrar um texto intitulado 'Medo de Glitter '. Nele, em um determinado trecho, o autor escreve: “Os alunos respeitáveis e professores e funcionários respeitáveis insistem em perguntar: “mas o que vocês querem?” A pró-reitora respeitável pode ser que também venha, a qualquer hora, para anotar nossas reivindicações, ainda que nós não reivindiquemos nada além do que já fizemos, ainda que não queiramos nada que já não tenhamos feito por conta própria: a instauração de um banheirão como zona política pós-gênero e sexodissidente”.


 Do G1 RN